17 janeiro 2007

15/01 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes, alguns lembretes:

- Quando estava fora, tive alguns problemas pra me adaptar às configurações dos teclados, por isso não me chamem de analfabeto se verem palavras sem acentos ou cedilhas.
- Quem estava acompanhando sentiu falta de fotos, eu não tinha como baixar a resolução que era de 8.1 megapixels, o que deixava os arquivos entre 3 ou 4 megabytes cada e tornava inviável postar imagens. Agora, aqui em Curitiba, tive recursos para isso e atualizei com fotos, todos os posts, então, se você estava acompanhando, volte nos posts mais antigos e dê uma olhada, todos têm imagens agora.
- A formato de blog vai sempre colocando os posts mais atuais em cima, empurrando para baixo os mais antigos, por isso, pra acompanhar a viagem desde o início clique aqui (12/01/2006 - 12/31/2006) e comece a ler de baixo para cima.

Aqui, por sugestão do Rafinha, cabem umas palavras de Ernesto Guevara de La Serna, ou simplesmente, CHE GUEVARA:
“O personagem que escreveu estas anotações morreu ao pisar de novo em terra argentinas (no nosso caso, brasileiras). Eu não sou eu, ao menos não sou eu mesmo internamente. Esse vagar sem rumo por nossa maiúscula América me mudou mais do que pensei”
Posso dizer, sem sombra de dúvida que, até o momento, foi a aventura de nossas vidas, eu especialmente nunca tinha pisado fora do Brasil (muambar no Paraguay não conta).
Passamos pelas situações mais inusitadas que poderíamos (ou não) imaginar, desde porco com batata no onibus até 40 pessoas usando três vasos sanitários e duas pias.
Conhecemos lugares maravilhosos, vimos as diferentes realidades da América Latina, desde a fartura em Iquique até a miséria quase total em vários lugares da Peru e da Bolívia. A divisão entre ricos em pobres em Santa Cruz, onde vc está no povão e, ao atravessar uma rua, não existem mais carros velhos nem pessoas feias.
Vimos e nos comunicamos com pessoas de todo o mundo, desde Argentinos furiosos porque suas bagagens haviam sumido (donde está mi equipajen!!!!!) até escoceses bêbados 24 horas por dia.
Conhecemos pessoas maravilhosas, como a Sheila e a Elisa que compartilharam as maravilhas de Machu Picchu com a gente ou a Austríaca Helga, que nos acompanhou por 3 dias no deserto, e que agora fazem parte de nossas vidas e de nossas lembranças, assim como conhecemos pessoas escrotas e desagradáveis, aliás, pra dizer a verdade, só uma, Nina, a alemã mais arrogante do mundo, o que serviu para nos lembrar que perfeição não existe.
Agradecimentos, teríamos muitos a fazer, mas aqui vou lembrar de algumas pessoas.
JEFFERSON, por insistir que seria uma boa idéia criar este blog, e ter criado, senão eu acabaria deixando pra lá.
IORRAN, que me deu altas dicas durante o ano e o seu blog serviu e muito para traçarmos nossos caminhos. (http://iorran1brazil.blogspot.com/)
LEONARDO E MÔNICA, o feliz encontro com este casal foi primordial para o sucesso, especialmente no início da viagem, quando ainda estavamos "batendo cabeça" na Bolívia.
LUCIANO, meu irmão, que me inspirou quando fez a sua viagem, alguns meses antes, e que me levou e me buscou na aeroporto.
MARIA FERNANDA, por afrouxar a coleirinha do Rodrigo e deixar que ele viajasse com a gente.
TAM, por perder nossas bagagens e nos proporcionar 2 dias de graça em Corumbá... o Pantanal tbém é lindo.
EM ESPECIAL A TODOS AQUELES QUE ACOMPANHARAM E COMENTARAM
Espero que alguma coisa aqui sirva para próximos mochileiros como nós, e aguardem, agora que o inseto de mochila mordeu, não paro mais, já estou pensando na próxima.
Até...

14/01 - ÚLTIMO DIA... SE A TAM PERMITIR!!!

Nosso vôo era às 16h30, porém, chegamos às 9h da manhã no balcão e conseguinos trocar para um vôo às 11h25 da manhã, e sem pagar nada a mais, até aí tudo parecia ótimo, não fosse pela querida empresa TAM... nosso vôo saiu às 13h30, mais de 2 horas de atraso, depois mais 1h30 de atraso em São Paulo, quem viu TV neste final de semana sabia do caus que estavam os vôos.

Finalmente, último vôo, indo para Curitiba

Finalmente, às 18h30, chegamos na nossa querida e amada Curitiba.
Do avião bati algumas fotos de pontos da cidade que pude identificar, pra lembrar que visitamos sim lugares maravilhosos, mas nossa cidade também é linda e vale a pena conhecer, além de ser a nossa casa
Parque Tanguá
Pedreira Paulo Leminski e Ópera de Arame
Museu Oscar Niemeyer (Museu do Olho)
Estádio Couto Pereira (Coritiba F.C.)
Estádio da Vila Capanema (Paraná Clube)
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
Velódromo e Jardim Botânico
Minha Casa :)

Até...

13/01 - PUERTO QUIJARRO - CORUMBÁ

Assim que chegamos. fomos direto a Corumbá, pisar em solo brasileiro depois destes quase 20 dias foi especial.
Queríamos trocar nossas passagens para hoje mesmo, mas ficamos decepcionados ao saber que não haviam vôos partindo ou chegando em Corumbá nos finais de semana.
Após alguma conversa, decidimos trocar nossas passagens para um vôo que saía no dia seguinte de Campo Grande (capital de MS, + ou - 400 km de distânca) e viajaríamos para lá à noite... mais um ônibus.
Foi o que fizemos, voltamos para Quijarro, fizemos algumas compras numa feira local e numa freeshop (só compramos bebidas, hehehe), carimbamos definitivamente nossos passaportes, saindo oficialmente da Bolívia, e ficamos na rodoviária aguardando a saída do ônibus, às 23h30 da noite.
Na estrada, paramos na fiscalização da Polícia Federal, revistaram nossas bagagens de mão e fizeram um monte de perguntas... Se alguém tem intensão de ir pra Bolívia e quer trazer uma folhinha de coca de recordação ou pra mostrar pros amigos... ESQUEÇA, lá é permitido, aqui é cana na certa.
Próxima parada... Campo Grande!
Até...

11 e 12/01 - SANTA CRUZ DE LA SIERRA

Chegamos por volta das 14h, encontramos no aeroporto o Fabrício e a Duda, um casal de brasilienses que havíamos conhecido na Estação em Puerto Quijarro, 20 dias antes.
Fomos direto até a rodoferroviária, mas não haviam mais passagens para a data, então compramos para o dia seguinte, às 16h30, desta forma tinhamos 24 horas na cidade, junto com o casal de amigos, procurmos um hotel e escolhemos um que ficava bem em frente à estação.
Neste mesmo dia fomos procurar uma feira para compras... achamos... nem no Paraguay vimos coisa igual, milhares de barracas amontoadas por cerca de 5 ou 6 quadras, eram tantas que não dava nem pra ver o céu, porém, nada de roupas ou artefatos típicos da bolívia, só quinquilharias, desde celulares até fétos mumificados (e fedidos) de lhama (dizem que é pra dar sorte).
Acabamos não comprando nada.
No dia seguinte, ao meio dia liberamos o quarto, almoçamos no Burguer King (não aguentava mais comida boliviana) e ficamos no saguão do hotel até a hora do embarque no trem.
Ainda deu tempo pra ir até a Suiça e bater uma foto nos Alpes
Na verdade era um painel na parede do hotel
Este trem era um pouco diferente do anterior, era composto de cerca de 20 vagões (no outro eram apenas 2) e sabíamos que, devido ao tamanho, era mais demorado, levaria cerca de 16 horas para chegar em Quijarro (o outro levou apenas 10 horas). Chegaríamos por volta das 8h de sábado.
Nossa maior surpresa foi encontrar, no mesmo vagão, com a Mônica e o Leonardo, aquele casal que encontramos no trem 20 dias antes e que tanto nos ajudaram com as dicas de Agência e de Hotel em La Paz, uma enorme e feliz coincidência.
A viagem foi tranquila e chegamos no horário esperado.
No trem, voltando para Puerto Quijarro, fronteira com o Brasil
Até...

10/01 - PROFISSÃO: PERIGO!!!

Eu e o Rodrigo no aeroporto de Sucre, ainda tentando nos recuperar da "viagem tranqüila" da noite anterior


O ônibus para Potosi milagrosamente saiu no horário marcado, às 20h30, acho que porque já estava lotado e o assistente não teve que ficar berrando na rua para oferecer os bancos que estavam vagos.
O ônibus era uma beleza, "queixão duro" e o teto ficava a + ou - 1,60 metro do piso, o único que não precisava andar abaixado era o Rafinha, mas se olhasse pra cima batia o nariz (hehehe).
Menos de 10 minutos depois do ônibus sair, começou o calvário, uma estrada de terra, cheia de buracos e na qual o motorista estava descendo o cacete, andava a uns 70 ou 80 km/h por cima daqueles buracos, fazendo a gente pular no banco o tempo todo, sem contar que, claro, todos os tipos de cheiros no ônibus, todo mundo suando e, pela baixa altura, esse suor condensando e gotejando dentro do ônibus, eu meti minha capa de chuva e nem fiquei me estressando, não tinha o que fazer mesmo...
Chegamos em Potosi perto das 4h da manhã e, no lugar de esperar até de manhã pra VER SE HAVIAS ÔNIBUS, resolvemos pegar um taxi, 140 bolivianos, + ou - R$ 35,00 por 160 km, caro pros padrões bolivianos, baratíssimo para nós.
Mas aí tivemos outro problema, o motorista... Ele devia ter uns 20 anos, se chamava Mcguiver (isso mesmo, em homenagem ao seriado Profissão Perigo) e acho que se considerava o próprio personagem, pois fazia as curvas em uma serra a 60, 70 km/h e nas retas chegou a dar 160km/h.
Pro nosso alívio e surpresa, em um determinado momento ocorreu o seguinte diálogo:
Mcguiver: "Estás con soño?" (Está com sono?)
Eu: "Não, estou bem acordado" (claro, como estaria com sono dentro daquele carro?)
Mcguiver: "Saber conduzir?"
Eu: "Sí, por su puesto!" (Sim, claro!)
Mcguiver: "Entoses, condusa acá que estou a quase dormir" (Então venha dirigir, pois estou quase dormindo)
Eu: !!!!!!
Rodrigo: !!!!!!!!
Rafinha: !!!!!!!!
E assim, senhoras e senhores, este que vos fala tornou-se o feliz condutor de um taxi na Bolívia, descendo serras e desviando de pedras que vinham de desmoronamentos nas encostas, enquanto o motorista babava relaxado no banco do lado... Viva a Bolívia!!!
Chegamos em Sucre por volta das 7 horas da manhã, indo direto para o Aeroporto, nos despedimos do Mcguiver (ufa... vivos!!!) e esperamos o aeroporto abrir.
Compramos as passagens num vôo que sairia às 11h25.
Viagem tranquila, chegamos em Santa Cruz por volta das 14h.
Até...

10 janeiro 2007

10/01 - SALAR DE UYUNI

Finalmente o dia onde cumpriríamos o último dos nossos objetivos... e comecou com uma porcaria de uma garoa, que prometia durar o dia inteiro e acabar com a paisagem que tanto queríamos ver.

O combinado era: café da manhã as 7h30 e saída as 8h... tomamos café as 7h30 e saímos as 9h..., os bolivianos sao muito enrolados.

A nossa amiga Sheila, que encontramos em Copacabana, havia estado no salar e disse que estava seco, que não dava pra ver o espelho d´água, mas o mundo branco era lindo do mesmo jeito, fiquei torcendo desde então para que chovesse no salar, acho que exagerei.

Hoje o tempo ficou fechado a manhã inteira, o céu cinza, feio e a chuva ia e vinha, semp parar, mas a natureza é fantástica, e mesmo nesta situação, o salar é uma das coisas mais maravilhosas que já tive a oportunidade de ver, você se perde num infinito branco, não sabe onde termina o chão e comeca o céu, e todos parecem estar flutuando no espaço, num outro mundo... Quem viu sabe do que estou falando.

Neste momento estamos na cidade de Uyuni, que fica ao lado do Salar, hoje a noite iremos para Potosi e depois a Sucre, é o início da volta.

Até...

07, 08, 09 e 10/01 - ATACAMA

Depois de umas 10 horas de viagem (Iquique - Calama e depois Calama - São Pedro de Atacama) chegamos nesta pequena cidade. O lugar é surreal, parece uma cidade daqueles filmes de velho oeste, todas as casinhas grudadas umas nas outras, em ruas de terra batida... até cavalos passando, me senti no seriado BONANZA (é... eu já tinha nascido nessa época). Mas esta pequena cidade tem uma boa estrutura, toda voltada para o turismo, não foi difícil achar uma boa pousada por um preço bom.

Nossa principal preocupacaao era como iríamos até Uyuni, na Bolívia, dalí a alguns dias. Procuramos uma agencia de turismo e, pra nossa alegria, achamos um roteiro que cruzaria, em três dias e duas noites, todo o deserto do atacama, indo até o Salar e nos deixando na cidade de Uyuni, com direito a uma noite em um hotel feito de sal. Choramos um desconto, logicamente e fechamos na hora.
Com tudo resolvido, fomos aproveitar nossa tarde no deserto, alugamos bicicletas e sand boards e fomos procurar algumas dunas, foi muito sem graça, a areia estava muito quente, além de queimar os pés e as mãos, a parafina derretia em 5 segundos e as pranchas não desciam mais, valeu mesmo pelo passeio, apesar do calor de rachar e do ar seco, o deserto tem uma beleza peculiar.

No dia seguinte, embarcamos eu uma Land Cruiser (parecido com um Land Rover) com mais duas alemãs e uma austriaca, esta última era muito gente boa, mas as alemãs... nem vale a pena comentar pra não estragar o humor.
Além deste, mais dois veículos iguais, cada um com o motorista e mais 6 turistas, dos 18 só nós eramos brasileiros.


A viagem foi toda feita dentro de um parque nacional boliviano, só deserto e montanhas, algumas com picos nevados, a paisagem muito bonita, o interessante é que, apesar de andarmos sempre juntos, cada condutor escolhia uma trilha, então sempre estavamos vendo e cruzando com os outros veículos pelo deserto, muito legal.

Seguindo a tradição Boliviana, a cada parada, sempre tinha alguma coisa pra arrumar em algum dos veículos, em uma delas, quando carro parecia ter tido algum problema no carburador, nosso condutor aproveitou para remendar e encher o nosso step, que até o momento estava furado e murcho...


Visitamos uma lagoa de águas termais, aproximadamente 35ºC, ótimo, levando em conta que a temperatura externa era de + ou - 12ºC, ninguém queria sair pra ir embora, me lembrou uma certa piscina de uma certa faculdade.

Em seguida, vimos também algo inédito para nós, geiseres, espelindo vapor fervendo com gases de dentro do solo, como dizia o Rodrigo... "sinistro".


A primeira noite passamos na beira da "Laguna Colorada", esta lagoa é vermelha mesmo, por causa das algas que existem na água, além disso é salgada e cheia de Flamingos, realmente uma coisa de cartão postal... se vc não ligar para o cheiro, essas algas fedem pra burro.

Chuva se aproximando por cima da montanha
Gelo??? Não... isto é sal

Este primeiro hotel (na verdade um abrigo) foi, claro, um dos piores que ficamos, mas não dá pra reclamar, tendo em vista as condições, cada quarto era para o grupo do veículo, então dormimos todos juntos, em camas semparadas, logicamente, e, para todos os grupos, (deviamo haver uns 6 ou 7 veículos) havia APENAS UM BANHEIRO, com três vasos, duas pias, e nenhum chuveiro... foi terrível.

No segundo dia, a paisagem não mudou muito, visitamos mais algumas lagoas e, no final da tarde, chegamos no hotel de sal, o local era melhor que o primeiro, mais bem conservado, com quartos duplos onde até as camas eram feitas de blocos de sal, muito legal. Mesmos problemas, apenas 2 banheiros para todos, mas desta vez tinhamos chuveiros, ueeebaaaaaa!!!

Até...

07 janeiro 2007

05 e 06/01 - IQUIQUE

Chegamos em Iquique por volta das 4 horas da tarde e buscamos um bom hotel, até que pagamos barato, 7 mil pesos, algo em torno de 10 a 12 dólares, barato pro padrão chileno, mas muito acima de Peru e impresionantemente mais alto que a Bolívia.
Resolvemos ficar por dois dias.

Fomos buscar a tal ZOFRI (zona franca, o que nos tinha impulsionado para irmos até lá) mas nos decepcionamos, preços semelhantes aos do Brasil.
Um Chileno Gremista... não encontrei mais ninguém
usando camisas de times brasileiros
Quando estavamos achando que tinha sido uma perda de tempo, fomos até a praia, era próximo das 20h30 e o sol estava se pondo, pela primeira vez vimos o por do sol no mar, aí lembrei, ali é o pacífico, a presenciei uma das imagens mais belas da viagem até agora, o sol sumindo no mar.
No dia seguinte, claro, aquela farofada, ficamos o dia todo na praia, demos alguns mergulhos no pacífico e, como não podia deixar de ser, O RAFINHA FOI PEGAR UM JACARÉ E TOMOU UMA VACA, RALOU A TESTA INTEIRA NA AREIA, ainda bem que o pequeno nariz segurou um pouco do impacto, depois ficamos vendo o movimento e esperando para ver o show da natureza novamente.

Às 23h30 embarcamos para Calama, depois para São Pedro de Atacama, o deserto mais seco do mundo.

até...

04/01 - PRATO DO DIA... CHÁ DE BANCO COM PORCO E BATATAS

Primeira etapa: Cuzco - Arequipa. 900 km
Pegamos nosso ônibus às 6h30 da manhã, a viagem até que estava legal, até que começou a esquentar, aí percebemos que o ônibus não tinha ar condicionado.
Estávamos nos bancos panoramicos, aqueles que ficam bem na frente, sobre o motorista e de frente para a estrada.

Comecei uma batalha infindável com uma maldita mosca, cada vez que achava que tinha matado a maldita, ela reaparecia me pentelhando. Em determinado momento, fui até o banheiro, que fica no final do ônibus e descobri o segredo... haviam centenas de moscas, que provavelmente eram atraídas pelo cheiro das pessoas, me conformei, pois era uma batalha impossível e literalmente me entreguei às moscas, só então pude me preocupar 100% com a estrada, pois nosso motorista nao era dos melhores...
Descobrimos que, fora do Brasil, os ônibus NÃO PARAM, é... 12 horas direto. Em determinados pontos, ele encostava e algumas pessoas entravam, vendendo pães, doces, bebidas, etc... e desciam alguns quilômetros a frente... até aí tudo bem, até que...
Então, eis que entra uma mulher com uma manta gigante, ao abri-la, haviam pelomenos uns 30 kilos de batatas assadas e um porco quase inteiro, também assado, ela então, na escada do ônibus, começou a destroçar aquele porco com uma faca e AS MÃOS, dava uma facada e depois rasgava o porco com as mãos, depois de ter transformado todo o porco em pequenos pedaços, começou a vender... um pedaço de porco e 2 batatas por 3 soles (moeda peruana) ou um porco e 3 batatas por 4 soles... AS PESSOAS FIZERAM FILA PRA COMPRAR. Nós três, claro, não compramos, acho que fomos os únicos. Nesse ponto dá pra imaginar o cheiro e quantidade de moscas dentro do onibus.

Segunda Etapa - Arequipa - Tacna 400 km
Chegamos, quase mortos, em Arequipa, lá pelas 4h30 da tarde, e às 6h embarcamos para Tacna, mais 6 horas, nenhuma novidade, o onibus não fez paradas, mas dessa vez, ainda bem, a mulher do porco nao apareceu.
Terceira Etapa - Tacna - Arica (Chile) 50 km
Chegamos em Tacna meia noite, como não haviam mais ônibus, ficamos em um hostal (horrível) até as 6h da manhã do dia seguinte.
Nossa surpresa é que os peruanos haviam feito uma barreira na estrada, em protesto por que o governo chileno não quer que nada comestível passe do Peru para lá, temendo contaminaçao (não sem de onde os chilenos tiraram isso, afinal, a higiene é algo primordial no Peru... vide a muher do porco)

Depois de umas duas horas e, provavelmente, muita porrada da polícia, a estrada foi aberta e finalmente pudemos atravessar a fronteira para o Chile.
Parece que mudamos de Planeta...
Primeiro pelo taxi, que era chileno, um toyota que parecia mais um cadilac, muito bem cuidado e, pasmem, limpo.

O Chile lembra muito o Brasil, cidades organizadas e limpas (claro, comparando com Bolívia e Peru).
4 etapa - Arica - Equique - 400 km
Viagem tranquila, ônibus melhor, mas que também não para, nada a declarar.

até...