30/12 - COPACABANA

Acordamos cedo, pois o ônibus para nos pegaria por volta das 8h da manhã para nos levar até Copacabana.

Rafinha mais uma vez demonstrando seu amor pelo tricolor gaúcho, dormiu com o manto sagrado.

Durante a viagem, pudemos ter uma visão mais completa da Cordilheira dos Andes, com seus montes nevados, nós que nunca tinhamos visto neve antes, ficamos maravilhados.

Porém, o que nos aguardava mais a frente realmente seria algo extraordinário, o Lago Titikaka, eu sabia de seus números, tem 120km por 60km de diâmetro e uma área de aproximadamente 7.200.000 m2, o lago navegável mais alto do mundo (cerca de 3200 m acima do nível do mar) e um dos maiores. Mas vendo de perto, todos esses números deixam de fazer sentido e a paisagem que aparece é, sem dúvida, uma das mais bonitas de toda a viagem.

Copacabana (na Bolívia, não no Rio de Janeiro), fica às margens do lago Titikaka, a cidade é bem pequena, na verdade não passa de um lugarejo que tem uma catedral gigante e só.

Mas o que vale aqui é o monte calvário, eu acredito que tem este nome por dois motivos: o primeiro é que, durante a subida, existem vários pontos demarcados por cruzes que relatam as passagens do sofrimento de Cristo, enquanto carregava a cruz até o ponto da sua crucificação, mas a principal é que a própria subida é um calvário para quem está fora de forma, a pessoa paga por todos os seus pecados.

Chegando ao topo, vê-se que valeu a pena, a vista é fabulosa, dá pra ver várias "praias" do lago e a Isla del Sol, onde passaremos o Reveillon.

Além disso pode-se ver que a catedral é realmente gigante, deve ocupar uns 15% do espaço total do lugarejo.

Depois que descemos, os dois homens do grupo (eu e o Rafinha) fomos tomar um banho no lago, a temperatura da água geralmente está entre 5 e 10ºC, muuuuuuito gelada, o Rodrigo miou, ficou só olhando de fora.

Até...

28 e 29/12 - LA PAZ

Chegamos em LA PAZ no dia 28, esta cidade fica a 3600m do nível do mar, é a capital mais alta do mundo, todos tivemos problemas em função do ar rarefeito, já ao descer do avião, sentimos uma forte tontura, o Rodrigo e o Rafinha até que se adaptaram rápido mas, no meu caso, a esta tontura se transformou e nauseas e dor de cabeça, pra comparar, é exatamente igual a uma ressaca de vinho barato, quem já sentiu, sabe como é.

Procuramos a agência de turismo indicada pelo Leonardo, fomos super bem atendidos e fechamos um pacote para dois dias em La Paz e dois em Copacabana, o preço foi bom, quem vier para cá, recomendamos... procurem a ELMATUR e falem com o Genaro. Fomos para o Hostel, também dica do Leonardo, o HOSTEL ÁUSTRIA, simples, mas barato e organizado, sem falar no monte de gente maluca que conhecemos de vários países, valeu a pena.

Aproximadamente às 14h do dia 28 uma guia chegou com um taxi para nos levar até o Vale de La Luna, um local de formaçoes geológicas argilosas que, devido à açao do tempo, da água e do vento, criaram formas... malucas e muito bonitas, nao tem como explicar de outra forma, apenas vendo, nao sei nem se nas fotos vai dar pra ter a idéia, mas quem vier pra cá, nao pode deixar de conhecer.

VALE DE LA LUNA - LA PAZ

Em seguida fomos conhecer um conjunto de museus que mostravam a história da Bolívia, sua cultura e as descobertas arqueológicas do povo Inca.

Aqui aconteceu algo, no mínimo engraçado, perguntei se podiafotgrafar e a guia falou que sim, depois de algumas fotos, um policial (iss0 mesmo, nao era um segurança, era um policial da guarda nacional fardado mesmo) veio correndo atrás de mim e do Rodrigo e queria confiscar nossas máquinas, depois de alguma conversa, ele só nos obrigou a deletar as fotos que tinhamos do museum e deu a maior bronca na guia. Detalhe, NAO HAVIA MESMO NENHUMA PLACA AVISANDO. Mas... claro... sobrou uma foto... "foi sem querer"

Voltamos para o hostel, o Xaxá foi dormir, e eu e o Rafinha ficamos batendo papo com o pessoal que estava hospedado. Nossa, só maluco, tinha gente da Bélgica, Escócia (esse ficava cozido 24h por dia) e mais um monte de Brasileiros.

Hoje (29/12) acordamos cedo e fomos conhecer o Canion de Palca, outro lugar muito bonito, caminhamos por três horas por dentro do canion que tinha, em alguns locais, até 200m de profundidade, estamos quebrados .

Amanha às 8h, partiremos para Copacabana.

Até...

28/12 - FINALMENTE... BOLÍVIA!!!!

Antes de tudo, parabéns ao Rafinha, que criou juízo e passou a torcer pelo melhor time do país...
ISSO AÍ RAFINHA!!!!!

Bem, parece que nossa viagem finalmente engrenou, no nosso último dia em Corumbá, fizemos um passeio pelo Pantanal, vimos alguns jacarés e muitas aves, foi... "bonitinho", mas estar em Mato Grosso (do Sul) e não conhecer o pantanal... não dá...

À tarde, voltamos para o hotel, fechamos nossa conta, quase caindo pra trás com o valor, eu paguei inacreditáveis 7,50 reais, o Rafinha, 4,50 e o Rodrigo... nada VALEU TAM!!!!!!

Fomos direto para a estaçao de trem em Puerto Quijarro e aguardamos o embarque, onde conhecemos a Judith, uma Peruana muito simpática, nos deu algumas dicas de Cuzco e disse que era para nós procurarmos por ela quando estivessemos lá, ela nos traria uns queijos e pão.

Já no trem, conhecemos uma casal muito gente boa... o Leonardo (Brasileiro) e a Mônica (Boliviana), nos contaram que se conheceram no trem a alguns anos e ñ se separaram mais.

Nos deram excelentes dicas em La Paz, às quais estamos aproveitando agora.

Chegamos em Santa Cruz de La Sierra e fomos direto para o aeroporto, Santa Cruz é uma cidade grande, o transito é meio maluco e já começaram as peculiaridades, como o taxi que pegamos, ele originalmente tinha o volante do lado direito (como os carros ingleses), e somente a barra de direção e os pedais foram "transplantados" para o lado esquerdo, ficando todo o painel do carro do lado do passageiro.

Conseguimos trocar nossas passagens de 15h para as 7h30min e embarcamos imediatamente, não podemos perder mais tempo.

até...

26 /12 ENTRE MORTOS E FERIDOS...

Antes de tudo... COMENTEM!!!

É engraçado como mundo gira, quando vc acha que tudo está perdido, acontece uma reviravolta as coisas voltam aos eixos.

Amanhecemos hoje muito animados, havia a perspectiva de nossa bagagem desaparecida chegar, o dia estava bonito e estavamos prontos para dar um passeio pelo Pantanal, só precisávamos atravessar a fronteira rapidinho, comprar as passagens do trem e tudo estaria resolvido.

Pensando nisso, acordamos cedo e saímos do hotel às 7h00, calculamos que demorariamos cerca de 45 min para chegar na Bolívia, chegando lá às 6h45 (isso mesmo, é que lá tem um fuso horário de diferença em relação a Corumbá e dois em relação à Brasília), um pouco antes de iniciar a venda das passagens.

Chegamos a já havia alguma fila, entramos no final dela e aguardamos... aí começaram os problemas...

Alguns minutos depois, um funcionário da empresa responsável chegou na fila informando que um trem havia saído dos trilhos e eles estavam esperando informações vindas de Santa Cruz de La Sierra sobre a situação da estrada de ferro, sendo assim, somente iniciariam a venda a partir das 9h30.

Sem ter mais o que fazer, aguardamos por duas horas e meia pelo início da venda, durante este período, muita gente foi chegando, sendo que uma boa parte destas pessoas não entrou na fila.

Com uma pontualidade britanica, pontualmente às 9h50 (vinte minutos de atraso) os guichês foram abertos, neste momento, todas estas pessoas se aglomeraram na frente da fila e foi uma furação de fila desavergonhada e generalizada, enquanto que os agentes do exército, responsáveis pela "ordem" somente olhavam, uma falta de respeito total.

Quando chegamos no guichê, aproximadamente umas 11h30, com todos os nossos planos para o dia de hoje já tendo ido por água abaixo, ainda ficamos sabendo que não haveriam trens no dia seguinte, pois liberaram os trens hoje para poder trabalhar na limpeza dos trilhos amanhã, poderíamos ter comprado passagens para hoje mesmo, mas nossa bagagem ainda estava estraviada...

Ainda antes de sair perguntei se era 100% de certeza que não haveríam trens na quarta-feira e o vendedor foi categórico, não havia a menor esperança.

Sem saber o que fazer, voltamos para o Brasil, chegamos até a cogitar desistir de tudo e voltar, ainda dava tempo de passar o ano novo com as famílias. Mas fomos procurar uma solução em uma agência de turismo.

Aqui tenho que explicar, nosso objetivo era: 18 horas de trem até Santa Cruz e mais 16 de ônibus até La Paz, chegando lá na sexta feira.

Pois bem, com este transtorno, teríamos que ficar em Corumbá até quinta, conseguindo chegar em La Paz somente no sábado, perdendo mais 2 dias além dos 2 que já havíamos perdido.

Na agência fomos informados sobre vôos regulares de hora em hora entre Santa Cruz e La Paz, o que faria com que recuperássemos pelo menos um dos dias perdidos e a um preço que podíamos pagar (U$ 110,00), até pensamos que se soubéssemos disso antes teríamos feito dessa forma desde o início.

Então só aguardamos a confirmação da chegada das nossas bagagens, assim que soubemos que estavam no aeroporto que seriam encaminhadas para o hotel (isso ocorreu lá pelas 15h00) voltamos para a Bolívia para comprar as passagens para a quinta feira.

Neste horário a compra estava bem tranquila, haviam somente umas 10 pessoas na nossa frente, e levamos APENAS mais uma meia hora para sermos atendidos.

Chegando no guichê, mais uma surpresa, aquilo que o vendedor nos informou pela manhã e que não havia esperança de mudar... havia mudado, ou seja, os trens para a quarta-feira estavam normais, claro que ficamos felizes, mas ficamos pensando naqueles que estavam na mesma situação, mas não voltaram lá de tarde para receber esta notícia.

"Lição do dia, não espere respeito dos Bolivianos, pelo menos dos de Puerto Quijaro, pois parece que eles não gostam de Brasileiros."

Ouvimos isso de taxistas, do pessoal do hotel e principalmente na agência de turismo.

Bem, resumindo, compramos as passagens para quarta-feira e resolvemos também comprar as passagens de avião de Santa Cruz para La Paz, desta forma recuperando praticamente todo o tempo que havíamos perdido até então.

Amanhã, se mais nada acontecer, tentaremos dar nossa voltinha pelo Pantanal.

Ah... mais uma coisa, lembram que falei que fomos entrevistados em Campo Grande? Pois é, hoje saiu nos jornal uma reportagem de meia página, com direito a foto e tudo, vamos levar o jornal, se ele resistir até o final da viagem ou até acharmos um scanner, mostraremos para vocês.

Até...

25/12 - HAY MALES QUE VIEN PARA BIEN

Chegando no aeroporto em Curitiba... tudo parecia bem, mas...

Dentro do aviao em Guarúlhos sendo xingados pelos argentinos

Chegando em Corumbá, dalí a alguns minutos saberíamos que nossa bagagem havia desaparecido

Bom, o dia estava lindo e prometia, mas, como era de se esperar, a TAM ferrou com a gente.

Primeiro: chegamos no aeroporto em Curitiba e descobrimos que nosso vôo simplesmente NÃO EXISTIA!!! Pois bem, nosso plano de vôo era Curita, Brasilia, Corumbá, às 7h30, este vôo foi cancelado e fomos colocados às pressas em um vôo vindo de Buenos Aires com destino a São Paulo, saindo mais cedo, às 7h00 (este vôo atrasou por nossa causa), após enfrentar as caras feias dos outros passageiros (o vôo vinha de Buenos Aires, muitos argentinos a bordo e eu com a camisa do Brasil), chegamos em Guarulhos e quase imediatamente embarcamos para Campo Grande, onde aguardamos uma outra conexão (2 horas) para Corumbá, fomos entrevistados por um jornalista do "Jornal do Estado" querendo saber se tínhamos sido prejudicados pelas confusões da TAM e achou nossa história bem interessante, amanhã saberemos se foi publicado ou não. Na hora do embarque, descobrimos que alguém do nosso grupo fez uma cagadinha lá em Curitiba ainda... entregou o bilhete errado e estava sem o bilhete para embarcar para Campo Grande... Adivinhem quem foi? Claro... ele mesmo... o grande Rafinha...
Após este pequeno incidente ser resolvido embarcamos em um vôo que tinha somente 15 passageiros e com as aeromoças mais maravilhosas que já avistamos.

Tudo parecia correr bem, chegamos mais ou menos no horário previsto e fomos pegar nossa bagagem... ONDE ESTÁ NOSSA BAGAGEM? Pois é... ninguém sabe...

Mas, como diz nosso título, há males que vêm para bem... Estamos hospedados em uma pousada excelente, por dois dias... por conta da TAM... vamos aproveitar pra conhecer um pouco do Pantanal e deixamos nosso embarque no trem para quarta feira... o único problema é que temos somente a roupa do corpo, e esta já está bem fedida.

Até

Ah... mais uma coisinha... Galera... aqui em baixo, onde diz COMMENTS, é pra comentar tá... clicka alí, escreve alguma coisa...

Até...

A PARTIDA

Finalmente chegou o grande dia...
A mochila já arrumada, a grana tá no bolso, filmadoras, máquinas fotográficas, baralho, até um xadrez portátil.
Daqui a pouco estaremos indo para o aeroporto, o vôo, com destino a Corumbá (MS) está marcado para as 7h30 da manhã, mas, quem viu jornal esta semana, sabe que a situação tá um pouco preocupante, mas agora não há nada que a gente possa fazer, senão torcer pra que tudo dê certo.

Se não houverem problemas, o próximo post será enviado de Corumbá ou, se der mais certo ainda, de Santa Cruz de La Sierra, que é o destino do trem, é que, se chegarmos em Corumbá e já conseguirmos comprar passagens, nem pararemos por aí, partiremos direto.

Até

ANSIEDADE

Bom galera, hoje é dia 22 de dezembro de 2006, eu sou Leandro José Molinari, ou, pra galera da faculdade, o ZÉZÃO e, junto com o Rodrigo Xavier (Xaxá) e o Rafael Lazzeres (Rafinha), estaremos, dentro de 3 dias, iniciando a nossa tão esperada trip.

Foi quase um ano de preparativos, depois de uma conversa despretenciosa antes do início de uma aula, até convidamos mais pessoas para aumentar nossa equipe de aventureiros, mas acabamos ficando só nós três mesmo, tenho certeza que, depois de verem tudo o que fizermos, não vão perder a próxima.

Com tudo que pudermos carregar dentro das nossas mochilas, percorreremos, em vinte dias, cerca de 6 mil quilômetros por três países: Bolívia, Peru e Chile.

Temos sim um roteiro, mas que vale apenas com uma referência, baseada em informações que colhemos durante este período, mas não ficaremos presos a nada, se der na telha ou se algo nos atrapalhar ou nos impulsionar, mudamos tudo e fazemos o que quisermos, afinal, o negócio é conhecer, se divertir e, se alguém considerar interessante, deixar um registro para ser utilizado por futuros aventureiros como nós.

Não sabemos como serão as possibilidades, mas sempre que der, estaremos atualizando este blog e deixando vocês a par que tudo (ou quase tudo) que estaremos aprontando.

Agora é, na minha opinião, a pior parte... ARRUMAR A MALA (ou melhor, a mochila).

Será que to levando tudo que preciso? Será que vai faltar algo? Será que vai sobrar algo?

Bem, temos mais 3 dias para nos estressarmos com isso, depois... já era.

Então to voltando pra minha mochila, e aposto que os outros dois estão fazendo o mesmo.

até...